Segundo elas, corte chega a quase R$ 800,00 e alegam dificuldades em comprar medicamentos
Professoras aposentadas realizaram,
nesta quarta-feira, 04, um protesto contra o Governo do Estado por, segundo elas,
manter o confisco de 14% das aposentadorias. Elas denunciam que a política
de corte, que ocorre desde 2020, tem "desestruturado a vida de milhares de
famílias". O ato se concentrou no Calçadão da João Pessoa, região central
de Aracaju.
Por conta do desconto, que
chega a quase R$ 800,00, conforme manifesto divulgado pelas professoras, existe
a alegação de dificuldades em comprar medicamentos e, também, a busca por
empréstimos bancários para conseguirem quitar as contas. "Isso é muita
maldade. As professoras aposentadas dedicaram grande parte das suas existências
educando crianças, jovens e adultos sergipanos e, durante esses anos,
contribuíram para a previdência. Acabe com o confisco de 14%", diz um dos
trechos do manifesto.
De acordo com a presidente do Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese), Ivonete
Cruz, a situação vivida pelas professoras aposentadas é entendida como
"desamor” do governador Belivaldo Chagas (PSD), fazendo uma referência à
proximidade do Dia das Mães. “Estamos, neste ato, trazendo o desamor de
Belivaldo às aposentadas de Sergipe. Estamos trazendo o que representa o
desamor de Belivaldo às mães e avós professoras que estão com seus salários
cortados e estão, desde o mês de abril de 2020, em um confisco. Somos mais de
80% de mulheres que vêm sofrendo massacre do governo Belivaldo. Nós não vamos
esquecer esse massacre”, declarou.
"Precisamos construir uma
unidade de luta e resistência para enfrentar os desmandos desses governos. Nossa
luta segue pelo nosso direito e pela revogação imediata dos 14% que o Governo
está confiscando dos professores", acrescentou Ivonete Cruz.
Porém, o Governo do Estado
traz uma outra versão sobre a situação. Segundo a Superintendência Especial de
Comunicação Social (Supec), “não existe confisco”. “A palavra está sendo usada
inadequadamente. O que existe é uma reforma da previdência feita em 2019 e
Sergipe aderiu, passando a vigorar em abril de 2020. A lei, com isso, mudou
algumas formas de cobrança. Mas na própria lei prevê que o desconto vai até o
dia 31 de dezembro de 2022. A própria lei, que mudou as regras, já traz essa previsão
de revogação”, explica o superintendente, Givaldo Ricardo.
Ainda conforme justificativa
apresentada pela Supec, recentemente, o Governo do Estado enviou para a Alese,
durante as medidas de reajuste dos servidores, um projeto de lei, que entra em
vigor agora em maio, apresentando a isenção total de quem recebe até dois
salários mínimos e aqueles que recebem acima de dois salários mínimos só pagarão
os valores que ultrapassar dois salários. “A diminuição parcial já começa em
maio e diminuição total em dezembro”, garante.
|Da Redação
||Fotos: Divulgação/Sintese