Após reforma, Caps AD Primavera amplia e reformula assistência aos usuários

 Com o espaço ampliado, as atividades foram repensadas e, atualmente, os usuários contam com uma programação diária com cerca de seis tipos de terapias diferentes




Os usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD Primavera, gerenciado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), passaram a ter um atendimento ainda mais qualificado, após a reforma do prédio entregue em abril deste ano. Com a ampliação do espaço, as atividades terapêuticas de assistência à saúde mental foram reformuladas para melhor atender à população que faz uso abusivo de álcool e outras drogas.

 

O prédio, localizado no bairro Atalaia, passou por uma completa reestruturação, a partir de um investimento de R$ 940 mil, fruto de um convênio com o Governo Federal. A reforma contemplou três consultórios, sala de atendimento, sala de acolhimento adulto, sala de acolhimento noturno, vestiários, refeitório, sala de observação, farmácia e posto de enfermagem. Além disso, o espaço passou a contar com área de convivência e de oficina terapêutica, cozinha adaptada, e sala de costura para os projetos intersetoriais voltados à geração de renda.

 

De acordo com a coordenadora do Caps AD Primavera, Joana dos Santos, com o espaço ampliado, as atividades foram repensadas e, atualmente, os usuários contam com uma programação diária com cerca de seis tipos de terapias diferentes, incluindo grupo de conversas, oficinas pedagógicas, manuais, artísticas, além de atividade física, horta terapêutica, expressão corporal, oficina de diversidade cultural e jogos.

 

“Com a ampliação do espaço, pensamos em atividades para que os usuários pudessem ter um momento de cuidado, de participar das oficinas, de aprender algo para colocar em prática na vida deles. O objetivo não é só ocupar tempo, mas mostrar quais são as possibilidades com relação aos deveres e direitos deles enquanto cidadãos, além de poderem aprender algo para utilizar como geração de renda”, destaca a coordenadora.

 

A equipe do Caps AD Primavera é composta por mais de 35 profissionais, entre médicos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, oficineiros, profissionais de educação física e farmacêuticos.

 

“As atividades são realizadas tanto dentro do Caps, como fora, justamente porque pensamos na reinserção deles na sociedade, para que possam saber a importância de ocupar outros espaços e de se colocar de forma diferente no mundo”, acrescenta a coordenadora.

 

O Caps AD Primavera é categorizado como tipo três, com funcionamento 24h para o atendimento de pessoas a partir de 30 anos, em situação de vulnerabilidade pelo uso abusivo de álcool e outras drogas.

 

Segundo a coordenadora, são três modalidades de acompanhamento: não intensivo, entre pessoas com uso reduzido de álcool e outras drogas, semi intensivo, com pessoas em processo de transição do uso, e intensivo, com pessoas que estão em uso abusivo e mais prejudicial à saúde.

 

“Todos os dias chegam novos usuários para atendimento, e quem faz essa triagem é a equipe técnica que vai acompanhando o usuário no cotidiano. Temos também a modalidade de acolhimento noturno, para quando o usuário está em crise e oferecendo risco para si mesmo e para os outros. No acolhimento noturno ele vem para o Caps para ter um acompanhamento mais próximo da equipe, com um cuidado monitorado pela equipe multiprofissional”, explica a coordenadora.

 

O aracajuano Wadson Freire da Silva, de 45 anos, é usuário do serviço de assistência mental há mais de seis anos e conta que foi o atendimento qualificado do Centro de Atendimento Psicossocial AD Primavera que o tirou da situação de rua causada pelo vício do álcool e outras drogas.

 

“Eu vim das ruas. Antes, eu vivia em situação de rua mesmo tendo família aqui porque foi a droga que me levou para a rua. Eu não queria que meus filhos me vissem usando droga e bebendo. Cheguei a tomar álcool de posto de gasolina por falta da bebida alcóolica. Foi o Caps que me deu a oportunidade de querer sair dessa situação. E agora estou saindo do acolhimento noturno, que fez muito bem para mim. Agora já estou em casa e continuo com o atendimento, converso com os terapeutas, agora mesmo acabei de sair de uma roda de conversa. Reduziu muito os danos do vício na minha vida”, conta Wadson.

 

Atendimento

 

Diversas oficinas são realizadas no Caps AD Primavera diariamente. A oficineira Ana Carolina Frinhani explica que todos os profissionais são responsáveis pela oferta de oficinas na unidade. São atividades artísticas, artesanais, além de atendimento ao familiar, e oficina para reabilitação psicossocial para ressocialização dos usuários.

 

“Também trabalhamos com técnico de referência, quando um profissional fica responsável para estar mais perto de um grupo de usuários específico, para a construção de um projeto terapêutico singular”, acrescenta a oficineira.

 

A atividade física é uma das que foram inseridas como assistência terapêutica no Caps AD Primavera.

 

O residente profissional de Educação Física Maurício Mendes-Belmonte explica que pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas podem possuir debilidade motora, portanto, as atividades físicas possibilitam que eles possam executar tarefas cotidianas com autonomia.

 

“Na educação física, trabalhamos com o movimento humano. Pensamos nessa perspectiva do movimento para que os usuários possam executar suas tarefas e, mais que isso, através de jogos e práticas corporais, eles passam a ter outra qualidade de movimento. Então, uma das possibilidades, em especial do profissional de educação física, é pensar em como, através do movimento, a gente pode ajudar as pessoas. Lembrando também das benesses trazidas pela prática corporal, não só do esporte, mas do jogo. Se torna uma série de reações fisiológicas que trazem sensação de bem-estar, liberam hormônios que dão satisfação”, conclui o profissional.

 

|Fonte: Assessoria de Comunicação

||Fotos: Marcelle Cristinne/PMA

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