Segundo relatos em redes sociais, rapaz foi impedido de se batizar na Igreja Presbiteriana Renovada por manter uma relação homoafetiva
"Portanto, como povo
escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade,
humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as
queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.
Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de
Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em
paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos." Este trecho
bíblico, descrito no livro de Colossenses, capítulo 3 e versículos 12 ao 15, é
um dos mais emblemáticos e conhecidos do universo cristão. Nele, além de falar
sobre amor, traz orientações de como aqueles que desejam seguir ao evangelho
devem viver.
Contudo, segundo uma série de
relatos feitos em redes sociais, pelo fotógrafo João Pedro Poderoso, e seu
esposo, o cabeleireiro Jadson Santana, uma suposta situação envolvendo o
comportamento de líderes da Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju,
localizada no bairro Inácio Barbosa, Zona Sul da capital, não se assemelharia ao
direcionamento bíblico, causando, segundo os envolvidos, constrangimento e
vergonha. O motivo: a orientação sexual deles.
"Fui impedido de ser
batizado, com a igreja cheia. Na hora de chamar todas as pessoas para o
batismo, me chamaram em uma sala duas pessoas e disseram que eu não ia poder ser
batizado hoje. Fui retirado no meio de toda a igreja, na frente, na primeira
fila. Foi tão constrangedor", relata, em vídeo, João.
"Fiz o curso Primeiros
Passos, que é uma preparação para o batismo. Todos na igreja tinham o
conhecimento sobre a minha homossexualidade, e que também eu sou casado com
Jadson. E, em momento algum durante o curso de seis semanas, eles me falaram
que eu não poderia me batizar. Agora deixar eu chegar até o altar e depois
dizer que eu não poderia me batizar, porque eu sou gay e casado com outro
homem, fazendo eu passar todo o constrangimento?", acrescenta.
Por conta da situação, o
fotógrafo contou aos seus mais de 69 mil seguidores do Instagram, que a polícia
foi acionada. "Não importa o que a igreja acha, sabe por que? Porque a
gente não vai deixar de acreditar nesse de cima. Porque o que eles fizeram aqui,
eles irão pagar. A gente vai para a delegacia registrar toda essa situação,
porque eu estou horrorizado. O caso de homofobia não pode ser deixado passar
com ninguém, com ninguém mesmo, porque somos todos filhos de Deus",
afirma.
Caso de Polícia
Durante parte do relato em
vídeo, o fotógrafo expôs a presença de uma viatura do 1º Batalhão da Polícia
Militar (1º BPM) no estacionamento da igreja. No entanto, ao ser questionada
sobre o assunto, a assessoria de comunicação da PM informou que "a equipe
foi acionada e, ao chegar no local, não presenciou o referido fato".
"O solicitante foi
orientado a registrar o fato na delegacia competente", diz, em nota, a
assessoria de comunicação.
A igreja
Nossa equipe de reportagem
também procurou a direção da Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju para
buscar entender qual a versão da instituição religiosa sobre o episódio. Porém,
até o fechamento da matéria, nenhum posicionamento oficial foi enviado.
|Da Redação
||Fotos: Reprodução/Internet