Iniciativa é pioneira entre as redes estaduais de ensino do Brasil e contemplou trabalhos literários e científicos produzidos por alunos e professores da rede pública
Um dia para celebrar a escola
pública sergipana e sua relação com a publicação de livros. Assim foi marcado o
lançamento das 45 obras editadas e publicadas pelo Programa Editorial da
Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Editora Seduc),
iniciativa que é pioneira entre as redes estaduais de ensino do Brasil e
contemplou trabalhos literários e científicos produzidos por alunos e
professores da rede pública de ensino, por meio dos editais nº 05/2020 e nº
21/2021. A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira, 1º, na Biblioteca Pública
Epiphanio Dórea, em Aracaju, ocasião que também reuniu familiares, amigos e demais
convidados dos autores.
Durante a entrega oficial dos
livros impressos aos escritores e à sociedade, o professor Josué Modesto dos
Passos Subrinho, secretário da Seduc, lembrou que o lançamento dessas obras
sinaliza para a concretização das metas para a Educação no Plano de Governo
(2019-2022) do governador Belivaldo Chagas. “Nós temos esse compromisso de
cumprir tudo o que foi prometido. Um programa editorial pode parecer simples,
mas não é. Há todo um trabalho voltado ao aprendizado, a uma questão de
concepção. O programa tem que ter aderência aos objetivos institucionais. É uma
editora com uma orientação, visto que se trata da produção dos nossos
estudantes, professores e pesquisadores, da produção acerca e no entorno das
nossas escolas. Trata-se de uma ação de resgatar, revalorizar e ressignificar a
escola pública”.
“Temos institucionalmente no país
mecanismos para direcionar recursos significativos da sociedade para a
construção e melhoria dessa escola. É obrigação de todos nós fazermos isto; é
obrigação moral da minha geração ter esse compromisso inegociável com a defesa,
com o fortalecimento e com o engrandecimento da escola pública. Fazem parte
disso a produção e a publicização da sua riqueza cultural, sendo da publicação
dos seus estudantes. Parabéns a todos os autores e às autoras que contribuíram
com o testemunho da riqueza produzida diuturnamente nas nossas escolas públicas
estaduais, municipais e federais. Parabéns a todos. Vida longa ao nosso
Programa Editorial”, comemorou Josué Modesto.
O coordenador da Editora Seduc,
professor Sidiney Menezes Gerônimo, também falou em defesa da educação pública
e o que ela produz. “Na história da educação sergipana é a primeira vez que a
Secretaria de Estado da Educação do Esporte e da Cultura lança um programa por
meio do qual crianças que estão na alfabetização, jovens que estão no
fundamental, no ensino médio da educação básica, não só da rede estadual, mas
também das redes municipais, podem produzir com o objetivo de publicar. Isso
significa um investimento efetivo nas atividades que permitem elevar a
proficiência em leitura e escrita. A longo prazo a gente espera que esse
incentivo tenha impacto na capacidade e na formação integral do ser humano. Eu
acredito que não há política pública que tenha maior relevância em educação do
que essa que vai e toca nessas questões essenciais e dizem respeito à aquisição
e produção de conhecimento”.
O momento também foi celebrado
pelo professor João Paulo Araújo, que leciona História no Colégio Estadual
Professor Fernando Azevedo, em Nossa Senhora das Dores, que na cerimônia
representou todos os educadores sergipanos. “O Programa Editorial da Seduc é um
alento nesse período tão complexo que estamos vivendo. A literatura no chão da
escola é uma bandeira de resistência, de luta diária pelo exercício da
cidadania plena e pela educação qualitativa. A literatura se transforma, e
nascendo na escola seu poder transformador é ainda maior. Estamos aqui diante
de exemplos desse poder. Entendemos a literatura como um direito tão essencial
como alimentar-se, o vestir-se, o ser livre, o instruir-se, o resistir a todo
tipo de opressão.
Até porque o livro tem uma função
social que transcende as suas páginas; que transcende a experiência do ler e do
escrever, pois contempla a complexidade que é o próprio existir e suas
contradições, lutas, tensões, derrotas e vitórias a que a literatura tenta dar
concretude”, disse.
Autores comemoram
A professora Adriana Alves de
Santana, que leciona Língua Portuguesa na rede municipal de Carmópolis, é
autora do livro Língua em Jogo, que apresenta estratégias de se trabalhar o
lúdico como meio para desenvolver a consciência fonológica. Ela falou da
experiência de publicar pela Editora Seduc. “É uma proposta muito importante e
de grande relevância para todos nós educadores. Meu livro que foi publicado é
um manual de língua portuguesa para poder ajudar alguns colegas professores a
trabalharem alguns problemas que nós encontramos na sala de aula. Trago uma
proposta para ser aplicada em sala de aula com os alunos a fim de sanar ou pelo
menos minimizar essas dificuldades que eu encontrei com os meus alunos, e que
com certeza esse mesmo problema é encontrado em outras salas de aula. Então o
objetivo é que esse material possa ser replicado com outros colegas professores
para ajudar em suas práticas pedagógicas”, explicou.
Outro escritor que estava feliz
com a publicação foi o estudante Isaac Matheus Ramos Silva, do 3º ano do ensino
médio do Centro de Excelência Barão de Mauá, em Aracaju. O jovem confidenciou
que sempre gostou de escrever por satisfação e necessidade pessoal. “Então,
quando foi lançado o edital da Editora Seduc, que dá oportunidade para a gente
poder mostrar isso, abrir ao povo, foi uma oportunidade muito importante para
mim. Me abriu portas, me abriu a mente também”, disse ele, destacando que seu
livro Meus Versos Indignos de Quaisquer Coisa reúne poesias dos mais variados
temas. “É uma obra que fala de sentimentos”, acrescentou.
Já a aluna Maria Vitória Dias, de
10 anos, da Escola Estadual Pedro Diniz, em Areia Branca, falou sobre a
experiência de ter participado da produção do livro Eles são assim, organizado
pela professora Edilma Silva Santos, tendo como
co-organizadoras as professoras
Jaqueline Santos e Sônia Maria. “Eu estou muito feliz de estar aqui hoje
apresentando esse trabalho. É muito legal pensar que não só eu, mas também
outras pessoas que também são autores deste livro, têm apenas dez anos de idade. Esse livro foi
inspirado nas contações de história que a minha tia Edilma contava na pandemia:
ela contava e pedia para a gente ilustrar as histórias”, explicou.
Fazendo parte da Coleção
Histórias de Sergipe, o livro da professora e historiadora aposentada da UFS,
Lenalda Andrade Santos, apresenta a biografia do advogado e político sergipano
de Frei Paulo, Jaime Araújo. “Essa experiência da biografia foi nova para mim.
Eu estava acostumada a trabalhar com material didático. Mas a filha de Jaime
Araújo, que foi uma importante personalidade aqui de Sergipe, tinha um vasto
acervo de fotos e que iria fazer uma biografia, então eu assumi esse trabalho que
foi um desafio muito grande, mas que aqui está”, concluiu.
|Fonte e foto: Assessoria de
Comunicação