Segundo levantamento do IBGE, país tem 212,7 milhões de habitantes, sendo 51,1% mulheres
Em 2012, haviam no Brasil 7,5
milhões domicílios com um único morador. Em 2021, esse número subiu 43,7%,
chegando a quase 10,8 milhões. O dado aparece na nova Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira,
22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento também registra o
aumento proporcional de residências no país onde vivem apenas uma pessoa. Em
2012, elas eram 12,2% do total de domicílios no país. Nove anos depois,
passaram a representar 14,9%.
A Pnad Contínua reúne informações
relacionadas a características gerais dos domicílios e moradores de todas as
regiões do Brasil. A nova edição traz os resultados referentes ao ano de 2021,
permitindo a comparação com anos anteriores. Há dados referentes à composição
da população residente no país em termos de sexo, idade e raça. Eles
possibilitam análises a partir de enquadramentos sociais e demográficos.
A maioria das pessoas que moram
sozinhas são homens. Na média nacional, eles representam 56,6% desses
residentes. No recorte regional, eles ultrapassam os 60% no Norte e no
Nordeste. De outro lado, 43,4% dos residentes no país são do sexo feminino: no
Sudeste e no Sul esse percentual está acima dos 45%.
"Quase 60% das mulheres que
moram sozinhas tem 60 anos ou mais. Enquanto entre os homens, isso está mais
bem distribuído. Mas o envelhecimento populacional pode contribuir com o
aumento desses domicílios unipessoais", observa o analista do IBGE,
Gustavo Fontes. Ele acrescenta que os dados também podem refletir outras
questões culturais e a evolução da urbanização.
Segundo a Pnad Contínua, a forma
mais frequente de arranjo domiciliar envolve um núcleo formado por casal com ou
sem filhos ou enteados. Essa é a realidade de 68,2% das residências do país.
Unidades onde moram juntos dois ou mais parentes representam 15,9% do total.
Os números populacionais foram
estimados de forma amostral. Com a realização do censo demográfico neste ano,
que oferecerá uma base de dados mais precisa e incorporará efeitos da pandemia
de covid-19, os resultados da Pnad Contínua poderão passar por ajustes. O IBGE,
porém, avalia que possivelmente não haverá grandes diferenças levando em conta
o universo populacional do país.
Sexo
Na estimativa do IBGE, foram
contabilizados 212,7 milhões de residentes em 2021, sendo 108,7 milhões de
mulheres (51,1%) e 103,9 milhões de homens (48,9%). A pesquisa aponta que não
houve alteração relevante dessas participações desde 2012. A relação de 95,62
homens para cada 100 mulheres no Brasil representa um valor próximo aos 95,99
apurados há nove anos.
No recorte etário, o levantamento
mostra que a população masculina possui um padrão mais jovem. Nas faixas de 0 a
4 anos e de 5 a 9 anos, há respectivamente 104,8 e 104,7 homens para cada 100
mulheres. Segundo o IBGE, essa razão se inverte com o aumento da idade uma vez
que a mortalidade dos homens é maior em todas os grupos etários.
Entre os idosos, a diferença se
torna significativa. "A razão de sexo calculada para a população com 60
anos ou mais de idade indicou que existem aproximadamente 78,8 homens para cada
100 mulheres", aponta a pesquisa.
Gustavo Fontes observa que a
região Norte é a única onde há um maior número de homens do que de mulheres.
"Entre os fatores que podem contribuir para as diferenças regionais, estão
os fluxos migratórios, a mortalidade de cada sexo e a estrutura etária. No
Norte, por exemplo, a estrutura produtiva e o tipo de imigrante que a região
atrai podem influenciar", analisa.
Raça
O recorte de raça aponta um
avanço no número de residentes que se declaram pretos ou pardos. Eles saltaram
respectivamente de 7,4% e 45,6% em 2012 para 9,1% e 47% em 2021. Em
consequência, a participação da população declarada de cor branca caiu em todas
regiões ao longo desses nove anos.
O Nordeste registrou, entre 2012
e 2021, a mais relevante expansão de participação das pessoas declaradas
pretas, com um aumento de 2,7 pontos percentuais. Já a região Sul responde pelo
maior aumento proporcional dos residentes declarados de cor parda: a alta foi de
3,2 pontos percentuais.
"De acordo com outros
estudos do IBGE, as mulheres pretas e pardas têm em média mais filhos que as
mulheres brancas. O próximo censo demográfico será muito importante para
observar melhor essa questão. Mas possivelmente essa diferença na taxa de
fecundidade também não explica tudo. A maior conscientização da questão racial
possivelmente também é um fator. A pesquisa não traz uma resposta específica
para esse dado. O que podemos é levantar fatores que podem explicar",
avalia Gustavo Fontes.
|Fonte: Agência Brasil
||Foto: Marcello Casal
Jr./Agência Brasil