Somente neste período, maior hospital público do estado atendeu 45 pacientes com queimados no geral, sendo 24 destes por fogos de artifício
Nesta sexta-feira, 01, médicos do
Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), em
coletiva de imprensa, apresentaram com dados detalhados de atendimentos às
vítimas de queimaduras e traumas durante o mês de junho em Sergipe. O balanço
apresenta o registro de casos mais graves por queimaduras e a diminuição de
atendimentos no trauma devido à adoção de novos fluxos construídos com o SAMU e
os hospitais regionais.
A médica e coordenadora da
cirurgia plástica, Moema Santana, falou sobre os atendimentos na Sala de
Queimados, criada no Pronto-Socorro para atendimento às vítimas de queimaduras
que procuraram o hospital em junho. “O ano de 2022 contou com casos mais
graves. Apesar do atendimento ter sido um pouco menor que em relação a 2021,
nós obtivemos casos mais graves e que persistiram e precisaram de internação.
Os casos de fogos de artifício, que não enfrentamos no ano passado, cresceram
bastante e com queimaduras graves e extensas. Além disso, os atendimentos às
crianças também foram maiores, onde 19 desses casos foram na faixa das crianças
e adolescentes.”
Somente no mês de junho, o Huse
atendeu 45 pacientes com queimados no geral, sendo 24 destes por fogos de
artifício. Apesar da diminuição, em 2022, dos traumas de queimaduras em geral,
os traumas por fogos de artifício aumentaram em 200% neste mês de junho, em
comparação a 2021. Dois dos pacientes internados precisaram passar pelo
processo de amputação e outros permanecerão com sequelas graves.
O médico cirurgião plástico e
coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados e membro da Sociedade
Brasileira de Queimaduras (SBQ), Bruno Cintra, falou sobre os casos graves que
ficaram internados na UTQ durante o mês de junho. “Estamos finalizando o mês de
junho com cerca de 90% da capacidade da Unidade. Dos 15 pacientes que chegaram
ao internamento, 4 são por fogos de artifício, o que é um número alto para o
tipo de queimadura, a qual consideramos evitável e que pode possuir
consequências permanentes, como a perda dos movimentos das mãos e dos pés.
Nesse caso, os pais precisam ter mais responsabilidade em não deixar bombas com
crianças”, afirma o cirurgião plástico.
Traumas
Com diminuição em relação aos
outros meses, o atendimento aos pacientes vem acontecendo com eficácia no mês
de junho. A superintendente do Huse, Adriana Meneses, explica como a mudança de
logística no atendimento aos pacientes em parceria com os hospitais regionais
facilitou o atendimento. “Dentro das nossas ações de trabalho no hospital,
percebemos que alguns pacientes presentes não estavam dentro do perfil de
atendimento de urgência, o que atrasa o atendimento e gerava uma superlotação
ao longo do hospital. Partindo dessa análise, fizemos uma reunião com os
responsáveis técnicos dos hospitais e alinhamos o fluxo desses pacientes de
traumas menores com as unidades regionais para que pudessem redefinir o perfil
dos pacientes que precisam chegar até o Huse e quais atendimentos as unidades
regionais podem lidar. Dessa forma melhoramos o atendimento aos pacientes no
Hospital de Urgências, com um giro maior de leitos e mais rapidez para o
auxílio a pacientes que podem ser enviados a outras unidades”, destacou a
superintendente.
O coordenador médico do
pronto-socorro, Ikaro José, detalhou os dados de atendimentos a vítimas de
trauma, como acidentes de trânsito, arma de fogo e arma branca, por exemplo.
“No mês de junho tivemos o total de 805 atendimentos a pacientes vítimas de
trauma. Em comparação aos outros meses, janeiro a maio, tivemos uma diminuição
de 14,65%, um reflexo do trabalho de conscientização das unidades regionais e
da SAMU, que conseguiram prestar o primeiro atendimento sem precisar encaminhar
para o Huse. Os casos que chegam ao Huse são os mais graves e que necessitam de
atendimento especializado”, disse.
|Fonte: Assessoria de Comunicação
||Foto: Reprodução/Internet