As aulas acontecem em 30 escolas polos, com foco no processo de leitura e escrita dos estudantes
Com o objetivo de reduzir os
prejuízos causados à aprendizagem de estudantes durante a pandemia da covid-19,
a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed),
iniciou, nesta segunda-feira, 1º, o reforço pedagógico para os alunos do 2º ao
6º ano das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs).
Ao todo, 2.124 alunos da rede
municipal passarão pelo processo que visa a recomposição da aprendizagem. As
aulas acontecem em 30 escolas polos, as quais contemplam os alunos da própria
unidade e de outras da rede no mesmo bairro.
O foco da ação está voltado ao
processo de leitura e escrita dos estudantes, e foi a partir das avaliações
diagnósticas dos níveis de aprendizagem realizadas no mês de julho que a Semed
conseguiu identificar aqueles que mais necessitam do reforço para avançar na
alfabetização.
“As avaliações diagnósticas e de
leitura foram capazes de nos mostrar os alunos que estavam avançando em um
ritmo mais lento na aprendizagem e, então, pensamos em um reforço específico
para esses que estavam em uma situação mais crítica”, explica o secretário
municipal da Educação, Ricardo Abreu.
De acordo com a assessora da
Coordenadoria de Ensino Fundamental, Jamilly Menezes, os alunos foram
classificados em dois níveis: o nível 1 aqueles, em que estão os que não sabem
ler; e o nível 2, de leitores de sílabas.
A assessora aponta que a
avaliação diagnóstica identificou alguns alunos do 5º e 6º ano que já deveriam
saber ler e escrever com fluência, sem conseguir identificar letras e juntar
sílabas. “Alguns desses alunos estão no nível inicial da alfabetização, mas
esperávamos que estivessem lendo sílabas ou palavras”, revela Jamilly.
Segundo o diretor de Ensino
Básico da Semed, Evilson Nunes, o reforço poderá ajudar os alunos a dar “os
primeiros passos no domínio da habilidade de leitura”. Após as aulas, explica
ele, a Semed avaliará, de maneira interna, até o dia 19 de agosto, os avanços e
ganhos pedagógicos dos estudantes pós-reforço.
Adesão
Um dos polos do reforço escolar é
a Emef Papa João Paulo II, localizada no bairro Santa Maria, zona Sul de
Aracaju. Além de receber os estudantes matriculados na instituição, a unidade
também contempla alunos da Emef Professor Laonte Gama da Silva, localizada no
mesmo bairro.
A diretora da Emef Papa João
Paulo II, Silvana dos Santos Silva, conta que a iniciativa teve adesão total
dos pais de alunos.
“Os pais trouxeram seus filhos
para o reforço escolar porque eles reconhecem que são alunos da pandemia, e
ainda serão. Então, reforçar esses alunos que não tiveram o desenvolvimento que
a gente esperava, mas que sabemos que têm potencial, é muito importante”,
destaca a diretora.
Ensino especializado
Cada turma conta com até dez
alunos. Desta forma, os professores poderão atuar de maneira mais
individualizada, auxiliando cada aluno de maneira específica, a partir de suas
dificuldades particulares. Além disso, de acordo com a coordenadora de Ensino
Fundamental, Patrícia Tavares, as aulas seguem um formato lúdico e
descontraído, para garantir atividades mais prazerosas aos estudantes que
passarão duas semanas de férias em reforço.
“As turmas são menores,
possibilitando que os professores trabalhem de forma mais individualizada,
planejando a rotina de aula de forma mais lúdica, para que os alunos se sintam
confortáveis de estar na escola e que desenvolvam melhor a aprendizagem. É
importante trazer a ludicidade para a sala de aula porque é bom lembrar que essas
duas semanas não serão de recuperação ou castigo para os alunos. Eles estão
fazendo um reforço para sair desse nível de aluno não leitor para o próximo”,
explica Patrícia.
A leitura é considerada uma etapa
decisiva no processo de alfabetização e letramento das crianças. A partir dela,
os estudantes passam a ter base para aquisição de todas as outras habilidades.
Como suporte pedagógico desta ação, a Semed entregou cadernos didáticos do
Programa Educaju e orientou os gestores escolares acerca da metodologia
recomendada.
“Esse reforço é indispensável. O
objetivo é que o aluno retorne para o segundo semestre melhor do que ele acabou
o primeiro. Ele não precisa necessariamente estar igual aos outros alunos, mas
ele precisa ter passado por um processo de amadurecimento da aprendizagem
porque se a gente reforçar, agora, a leitura e a escrita, ele terá condição de
se desenvolver ainda mais. O reforço está acontecendo num formato bem
personalizado, as turmas estão pequenas, para que os professores tenham a possibilidade
de, com material e orientação pedagógica específica, trabalhar basicamente o
que cada aluno precisa”, destaca Patrícia.
| Fonte: Assessoria de
Comunicação / SEMED
|| Foto: Sergio Silva