A Prefeitura de Aracaju apresentou, no fim do mês passado, o Plano de Contingência 2022 para as situações adversas provocadas pelas chuvas no município. Esse planejamento visa priorizar a segurança das pessoas diante de possíveis perigos provocados pelo fenômeno natural.
Por isso, as ações preventivas constam na primeira fase do Plano de Contingência, que prioriza, ao longo de todo o ano, a limpeza de bueiros, canais e córregos que cortam a cidade, sobretudo nas áreas consideradas críticas e de risco.
Uma outra medida preventiva executada pelo Município e prevista no Plano diz respeito à comunicação com a comunidade aracajuana. Através de alertas enviados via SMS pelo serviço 40199, a população fica sabendo de forma antecipada sobre as ocorrências de precipitações. Desde que foi implementado, em 2018, o serviço conta já conta com 51.243 cadastros realizados, o que corresponde a 7,80% da população aracajuana.
Além disso, de acordo com o secretário da Defesa Social e da Cidadania, Luis Fernando Almeida, o trabalho de obras que a Prefeitura tem feito na cidade relacionadas ao esgotamento sanitário, drenagem e calçamento de ruas "modificou o cenário de problemas que a cidade enfrentava com a chegada das chuvas”, a exemplo da requalificação da avenida Euclides Figueiredo, que pôs fim aos alagamentos que geravam transtornos e prejuízos para a população.
“Os gastos públicos com os problemas na Euclides Figueiredo eram grandes, pois utilizávamos bombas de sucção e outras medidas para poder solucionar de alguma maneira os problemas com a grande área que ficava alagada após as chuvas e isso ocorria com frequência. Hoje isso é uma realidade que não existe mais”, ressalta o secretário.
Ações durante as chuvas
Quando ocorre um nível de precipitação acima de 80 mm no município, explica Luís Fernando, o prefeito Edvaldo Nogueira aciona o Comitê de Gerenciamento de Crise, a partir do qual a gestão municipal delibera as ações a serem adotadas e mobiliza equipes para para garantir pronta resposta a possíveis demandas provocadas pela chuava.
Entretanto, mesmo antes de a chuva atingir esse nível, os órgãos municipais põem em prática ações preventivos: a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) atua para garantir o fluxo de veículos ; a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) monitora os canis e a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) identifica pontos de alagamento, trabalho que conta com o apoio da Defesa Civil, órgão que, desde 2017, dispõe de um mapeamento das áreas de risco da cidade quanto a deslizamento de terra e também de inundações.
A partir desse mapeamento, em caso de chuvas fortes, ocorre a hierarquização dos riscos dessas áreas classificadas como baixo, médio, alto e muito alto. Isso faz com que as equipes da gestão municipal possam elaborar uma ação estratégica para garantir a segurança da população.
Além desse mapeamento, a Defesa Civil conta também com pluviômetros instalados em diferentes regiões da cidade para identificar de forma precisa onde estão ocorrendo os maiores índices de precipitação, informação essencial para agir de forma precisa, evitando transtornos. Além disso, o Município conta com câmeras de vídeo do Climaju, localizadas em pontos estratégicos da cidade, que permitem a visualização em tempo real das precipitações na cidade.
“Obviamente, quando a chuva é generalizada na cidade, a gente tem que elencar prioridades e a principal delas é salvar vidas. O que mais causa risco à vida durante as chuvas são os deslizamentos de terra, desabamento e enxurradas, portanto são essas áreas que a gente prioriza quando a chuva é duradoura. Quando pode ter o transbordamento de rios, retiramos as pessoas das áreas de risco”, explica o coordenador da Defesa Civil de Aracaju, major Silvio Prado.
Ainda segundo ele, o trabalho da Defesa Civil em situação de chuvas intensas é executado em parceria com outras secretarias municipais, pois funciona o Município atua como uma força tarefa em situações de risco para garantir a segurança e proteger a população, com cada órgão executando suas funções conforme o Plano de Contingência.
“A gente costuma dizer que a Defesa Civil não é um órgão, mas sim um sistema. Não trabalhamos sozinho, a gente precisa de uma organização para que as ações sejam otimizadas, então eu eu diria que a maior função da Defesa Civil é organizar as ações das outras secretarias para que todo mundo faça, dentro das suas competências, o que está dentro do Plano de Contingência, na nossa matriz de responsabilidade de ações preventivas, investigação, resposta e recuperação, em que todos os órgãos têm as suas responsabilidades elencadas e a gente organiza isso pra deixar claro todos os anos, inclusive fazendo essa essa apresentação pra eles”, explicou Silvio.