Apesar de colaborar de maneira imprescindível com a segurança no trânsito, a categoria ainda enfrenta o desafio de mostrar valor
Medicina de tráfego é uma
especialidade que não consultamos toda hora, mas é decisiva quando o assunto é
prevenção. Ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem-estar físico,
psíquico e social do ser humano que se desloca. Cuida, também, das interações
desses deslocamentos - e dos mecanismos que o propiciam - com o homem, visando
ao equilíbrio ecológico.
“O profissional estuda as causas
do acidente de tráfego a fim de prevenir ou mitigar suas consequências, além de
contribuir com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento legal e
modificação do comportamento do usuário do sistema de circulação viária”,
afirma o médico Perito especialista em Medicina de Tráfego, José Pereira.
Com a frota de veículos em
circulação em ascensão, é possível perceber a importância do médico de tráfego
em orientar, avaliar e alertar a população sobre perigos e buscar sempre um
trânsito mais seguro. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, lançou,
em 28 de outubro, a nova Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2021/2030,
renovando o desafio da construção de um trânsito mais saudável e seguro em todo
o planeta.
“De forma prática, os médicos de
tráfego, e suas entidades representativas, atuam, principalmente, de forma a
prevenir que pessoas com fragilidades em decorrência de condições desfavoráveis
de saúde, venham a dirigir, colocando a si próprios e outras pessoas em risco.
Ao avaliar a condição geral e específica dos indivíduos, o médico exerce
consegue identificar condições de saúde incompatíveis com a condução de um
veículo de forma segura. Através da perícia, o médico tem como orientar as
pessoas com essa condição de saúde a procurarem tratamento, muitas vezes sendo
um fator determinante para que a pessoa adoentada busque um tratamento”,
ressalta Dr. José Pereira, presidente da Associação Brasileira de Medicina de
Tráfego em Sergipe (ABRAMET/SE).
Apesar de colaborar de maneira
imprescindível com a segurança no trânsito, a categoria ainda enfrenta o
desafio de mostrar valor. Em Sergipe, segundo a ABRAMET, existem 70
profissionais legalmente habilitados, que cobram do Detran/SE mais
diálogo. “A relação entre médicos
peritos e Detran em Sergipe é antiga, atravessa diversas gestões do órgão. Ao
longo dos anos essa relação tem cada vez mais se profissionalizado, mas depende
de cada gestor. A atual, por exemplo, tem como uma de suas principais
características a falta de diálogo com a categoria médica”, destaca o médico
com mais de 20 anos de atuação na área.
Dr. Pereira enfatiza ainda que na
área da perícia existem outros dois atores importantes: as clínicas de tráfego,
responsáveis pela estrutura administrativa para prestação do serviço, e os
psicólogos de tráfego. “Cabe ressaltar que as clínicas são remuneradas pelos
médicos e psicólogos. Em média 20% dos honorários médicos são destinados à
sublocação dos espaços das clínicas, são os profissionais que remuneram a
estrutura para poderem prestar o serviço para a população, de forma que pagam
efetivamente para trabalhar”, finaliza.
|Fonte e fotos: Assessoria de
Comunicação