Serão apresentados 3 filmes da região nordeste sobre o tema e roda de conversa
Com o objetivo principal de
promover o acesso a filmes e diálogos sobre temas relacionados às maternidades,
a Mostra Maternidade Real será realizada nos dias 7 e 14 de maio e contará com
exibições em formato virtual e presencial. Em sua segunda edição, sendo a
primeira realizada em maio do ano passado, as exibições serão realizadas na
praça da cultura no conjunto Marcos Freire I, como parte do evento Estação
Juventude, no dia 07, das 17h às 19h, com a exibição dos filmes: “um dia sem as
crianças” (dir Marise Urbano); “A água não flui para trás “ (dir Dominique
Mangueira); e “A mulher que me tornei” (dir Luciana Oliveira e Manoela Veloso
Passos).
Além da exibição, o evento contará
com uma roda de conversa com Diih
Ferreira, Marise Urbano e mediação de Dominique Mangueira e uma intervenção
artística de Diih Ferreira (Bgirl / Dançarina / MC). Já no dia 14 de maio, o
evento será virtual, das 17h às 18h30, com a exibição do filme “Filhas de
Lavadeiras” (dir Edileuza da Penha), seguido de uma roda de realizadora,
Edileuza da Penha, e mediação de Luciana Oliveira. O encontro virtual será
realizado na plataforma Jitsi Meet.
Na primeira edição da mostra, com
a participação de 19 curtas-metragens da região nordeste do Brasil,
distribuídos nas sessões “(Re)nascimento”, “Quem te materna?”, “Nossa
existência é política” e “Da mãe pra cria”, e suas respectivas rodas de
conversas com realizadores e convidadas especiais, foram 5 horas e 21 min de
filmes, com uma média de mais de 80 visualizações para cada obra. Dessa forma,
a mostra alcançou vários estados através de temas diversos de forma afetuosa,
apresentada também através do projeto gráfico de Germana Gonçalves de Araújo.
De acordo com as idealizadoras da
mostra, as mães e cineastas Dominique Mangueira, Luciana Oliveira e Manoela
Veloso Passos, o evento foi pensado através de uma motivação por conta da pouca
representatividade de maternidades diversas, fazendo com que elas criassem a mostra
como espaço de troca, acolhimento e discussão política sobre os temas. “Vemos a
maternidade como uma função social, realizada não apenas pela genitora, e com
forte impacto na sociedade que construímos. A figura materna vem sendo
representada de forma simplificada com alguns aspectos irreais e
insustentáveis, o que provoca um esgotamento físico e emocional alarmante nas
mulheres que são compulsoriamente alvo dessas expectativas tanto de si, como
dos círculos sociais que as envolvem”, afirmam.
Segundo dados da Oxfan (2020),
75% do trabalho não remunerado no mundo é realizado por mulheres, são elas, em
sua maioria, quem cumprem o trabalho doméstico, o cuidado direto com os filhos
e, acumulada a todas essas funções, o seu próprio emprego. São essas atividades
que inclusive garantem o trabalho externo dos demais membros da família. “A
maternidade é uma experiência que me atravessa de diferentes formas, em
diferentes momentos, mas sempre com bastante intensidade. Realizar a Mostra
Maternidade Real é compartilhar com outras pessoas, especialmente com outras
mulheres mães, dores e amores que não estiveram acessíveis para mim antes de
minha cria nascer. Mas também é sobre reduzir a solidão e criar ferramentas de
enfrentamento às violências que sofremos”, concluiu a cineasta Manoela Veloso
Passos.
| Fonte e foto: Assessoria de Comunicação