Maior presídio sergipano tem capacidade para 800 detentos e está com mais de 2.500
De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado da Justiça, do Trabalho e de Defesa ao Consumidor (Sejuc/SE), Sergipe tem 5.718 pessoas em situação de privação de liberdade, sendo 5.500 do gênero masculino e 218 do gênero feminino, distribuídas nas 10 unidades prisionais administradas pela pasta. O número informado representa 19.6% a mais da capacidade dos presídios sergipanos, que possui 3.429 vagas, e indica, ainda, o alto índice de detentos que se autodeclaram pardos e pretos.
No Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (Copemcan), localizado no município de São Cristóvão, por exemplo, 2.555 pessoas cumprem pena. No entanto, a unidade tem capacidade para 800. A situação atual, portanto, demonstra uma lotação de 319% acima da capacidade. Essa situação, conforme dados da Sejuc, não se restringe a esse presídio. Das 10 unidades analisadas, nove estão com ocupação acima do limite. Apenas o Presídio Semiaberto de Areia Branca (Presab) está com o número abaixo da capacidade total, onde, das 632 vagas, 470 estão preenchidas.
De acordo com a Sejuc, os números refletem uma realidade não apenas local, mas nacional. "A lotação acima da capacidade é uma realidade de todo país e ocorre por diversos fatores, incluindo o número de custodiados provisórios que são altos", disse a pasta.
Porém, apesar disso, a Secretaria destaca que existe estabilidade no que se refere à população carcerária, aliada a ações de segurança e redução de casos de rebeliões e fugas. "Sergipe possui um sistema prisional estabilizado há anos, com um longo período sem fugas, motins ou rebeliões. Soma-se a isso, são poucos os números de faltas graves ou situações de violência interna, o que reforça que, apesar de algumas unidades estarem com a lotação acima da capacidade, o sistema está controlado", explica.
Recorte racial
Dentre as 5.718 pessoas em situação de privação de liberdade no estado, a Sejuc relatou que 4.258 se autodeclararam pardas, enquanto 595 são negras.
Os números indicam, ainda, que 564 de identificam como pessoas brancas e 79 amarelas. Já para outras 222 não há autodeclaração.
Ala LGBTQIA+
A Sejuc também informou que, no Copemcan, única unidade prisional sergipana com ala exclusiva para pessoas LGBTQIA+, até o dia 31 de maio, 7 pessoas estavam custodiadas. Entre elas, estão 1 homem trans e 6 mulheres trans.
Todos se autodeclaram pardos.
|Da Redação
||Foto: Divulgação/Sejuc