Lei estadual busca incentivar a população a refletir sobre os problemas causados pelo mau uso de fogos de artifício para a saúde daqueles que os utilizam, especialmente, crianças e adolescentes
Junho é o mês de muitas
homenagens voltadas aos santos conhecidos deste período: São João, Santo
Antônio e São Pedro. Diversas festas populares são realizadas com comidas
típicas, quadrilhas juninas, apresentações musicais, além da utilização de
fogos artifício em suas comemorações. Apesar da tradição, o uso e o comércio de
fogos podem se tornar algo bem perigoso sem os devidos cuidados e práticas de
segurança.
A Assembleia Legislativa aprovou
e, logo após, a administração estadual sancionou a Lei Nº 8.559/2019 que
instituiu a Semana de Conscientização Sobre Cuidados no Manuseio de Fogos de
Artifício e a data passou a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado
de Sergipe. A ação tem por finalidade incentivar a população a refletir sobre
os problemas causados pelo mau uso de fogos de artifício para a saúde daqueles
que os utilizam, especialmente, crianças e adolescentes. A propositura é de
iniciativa da deputada estadual Maria Mendonça (PDT).
De acordo com o cirurgião-geral,
Edney Caetano, que faz parte do quadro de profissionais da saúde do Centro
Médico da Alese, a prevenção é a atitude mais importante. “A prevenção é o
fator essencial, ou seja, é a pessoa quando for soltar fogos usar luvas e
equipamentos de proteção individual, quando acender fogueiras não usar
combustíveis como álcool e gasolina que podem inflamar e gerar queimaduras. E,
quando acontecer uma situação de queimadura não tomar medidas caseiras, que
infelizmente é muito comum. Evitar o uso de manteiga, óleo e creme dental
porque isso só faz prejudicar o ferimento. O correto é lavar com água gelada e
se deslocar para uma unidade de saúde como a Unidade de Tratamento de Queimados
do Huse, pois no período junino esse setor se prepara tanto na parte de um
maior número de profissionais e estrutural, por conta do aumento de casos”,
explicou.
Para a gerente da Unidade de
Tratamento de Queimados do Huse, Wandressa Nascimento Santos, o mês de junho
propicia o aumento dos riscos. “As queimaduras acontecem durante todo o ano,
mas sempre nos preocupamos com o período junino. Devido a nossa cultura, muitas
pessoas fazem uso de fogos de artifício e acendem uma grande quantidade de
fogueiras, o que propicia o aumento dos riscos de queimaduras. E, após dois
anos de pandemia, sem festas e pessoas reclusas, mediante a retomada o
resultado é o aumento significativo dos casos. Esperamos que não, porém pode
sim acontecer. Pensando nesta situação foi criada uma sala exclusiva voltada ao
paciente queimado permitindo mais agilidade no fluxo de atendimento, já que
nesta fase, em média, ocorre um crescimento de 50% das ocorrências”, pontuou.
A UTQ do Huse é a única
referência do Estado para o atendimento de queimados. A Unidade possui uma
equipe multidisciplinar de profissionais e trabalha com toda a capacidade
durante o ano. O critério para ser enviado à Unidade é que, a queimadura para
um paciente adulto, deve ter média acima de 15% no corpo e para crianças, acima
de 10%, exceto em casos de queimaduras de terceiro grau.
Comercialização e manuseio
“O primeiro passo a ser realizado
pelo comerciante é solicitar autorização da prefeitura, em caso de local
público e se for privado deverá solicitar autorização ao proprietário. Em
seguida, ele deverá se dirigir ao Departamento de Fiscalização, Armas e
Explosivos (DFAE), da Polícia Civil, para obtenção de um certificado. Só a partir
disso, poderá solicitar a vistoria do Corpo de Bombeiros para emissão do
atestado de regularidade da Barraca de Fogos que pode ser liberada dentro de um
prazo de 15 a 20 dias", destacou o assessor de comunicação do CBMSE e
instrutor da disciplina de Combate à Incêndios, coronel Jairo Cruz.
"É fundamental observar as
classes dos fogos no ato de venda que vão desde os considerados de venda livre,
inclusive, indicado para crianças da categoria A que são os estalos de salão,
os fogos de classe B só podem ser vendidos com idade a partir de 16 anos,
classe C a partir de 18 anos e classe D somente para pessoas habilitadas”,
acrescentou.
O manuseio e soltura também foram
pontuados. “As dicas de segurança são sempre necessárias. Somente adquira fogos
de artifício em locais devidamente autorizados para comercialização dos
respectivos produtos. Orientar e acompanhar as crianças durante a compra e
utilização do artefato, bem como nas proximidades de fogueiras, ler com atenção
o rótulo de segurança e a data de validade, manter caixa de fósforo ou
isqueiros longe do alcance de menores e nunca soltar fogos em ambiente fechado
e ter atenção em ambiente aberto para a sua segurança e de outros", disse
o assessor.
"O uso de bebidas alcoólicas
e fogos não combinam, para queima de rojões usar um suporte adequado e o
mantenha fora do alinhamento do corpo. Ter cuidado com o efeito retardado, os
fogos podem falhar temporariamente e se isso acontecer considere o artefato
ainda ativo e jogue água para apagá-lo. Não acender bombas com as mãos
desprotegidas, é preciso uma base garantindo a segurança, utilize luvas para
soltar busca-pés e espadas, que no caso são os equipamentos de proteção
individual e nunca colocar os artefatos dentro de bolsas. São seguindo
orientações como essas que certamente teremos um período de festejos juninos
mais seguro”, concluiu Jairo Cruz.
|Fonte: Assessoria de Comunicação
||Fotos: Divulgação