Auditores fiscais aprovam paralisação de 48h

Greve começa nesta quarta-feira, com ato no pátio da Sefaz, às 7h

 


Em reunião nesta terça-feira, 05, os auditores fiscais tributários (AFTs) decidiram paralisar por 48h as atividades na Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz/SE). A greve deverá ter inicio a 00h desta quarta-feira, 06, e contará com atos no pátio da Sefaz, às 7h, e no Palácio de despachos na quinta-feira, 07, às 7h. A categoria também revelou que uma nova assembleia será realizada na segunda-feira, 11, às 15h30.

 

O encontro, que aconteceu em estado de mobilização, aguardava o envio por parte do governo estadual do Projeto de Lei da Carreira Única à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), quando a paralisação foi deliberada, em assembleia extraordinária.

 

Em nota divulgada, o presidente do Sindifisco/SE, José Antônio, informou que a proposta da Carreira Única visa reestruturar as duas carreiras existentes no Fisco Estadual, organizar a Sefaz para combater a sonegação e, assim, arrecadar recursos para diminuir a pobreza e melhorar os serviços públicos estaduais.

 

“O governo Belivaldo descumpriu a promessa da Carreira Única, feita em dezembro de 2021 à diretoria do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco/SE). A nossa categoria priorizou essa pauta em detrimento de ganho salarial e está sendo enganada. Outras categorias do serviço público estadual tiveram avanços, que amenizaram as perdas salariais depois de 10 anos de congelamento salarial e o governo concedeu dinheiro extra a outros poderes", explicou.

 

"Já o Fisco que trabalha para arrecadar recursos para todos foi escanteado na sua pauta principal a qual não tem repercussão salarial”, acrescentou José Antônio. 

 

Renúncia fiscal e sucateamento da Sefaz

 

O dirigente sindical considera as medidas como "descaso do governo Belivaldo com o Fisco e os AFTs", sendo, para ele, algo "sem precedentes". “É visível o sucateamento da estrutura física, equipamentos obsoletos e quebrados. Tem auditor comprando periféricos e computador para trabalhar, desmotivação geral. A Secretaria da Fazenda virou um balcão de negócios de renúncias fiscais em prejuízo da população sergipana. O combate à sonegação foi secundarizado. Os interesses individuais dos carreiristas e de grupos são os que dirigem a atual administração da Sefaz, fica a impressão de que o secretário da Fazenda tem a missão de cancelar o Fisco”, denunciou.

 

Despreparo técnico do secretário

 

José Antônio aponta, ainda, que há despreparo técnico do secretário da Fazenda, Marco Queiroz, no comando da pasta. “O descompromisso e a inexperiência em Administração Tributária do secretário da Fazenda e de seus assessores, ao lado dos interesses individuais e de grupos, têm consequências negativas para arrecadação estadual. Enquanto, a receita própria do Estado de Alagoas cresceu em 27%, no período 2019/2021, Sergipe cresceu apenas 18%", disparou.

 

“A nossa proposta de reestruturação das carreiras do Fisco vai nessa linha, visa a melhoria no funcionamento da Sefaz para suprir as perdas de receitas com a diminuição de alíquota, mas o governo prefere manter a arrecadação fácil desses itens. Esse descaso com a administração tributária, explica em parte porque Sergipe foi o Estado que mais cresceu o número de pobres em 2021, tem quase metade da população em situação de pobreza e é o quinto Estado brasileiro em desemprego”, disse José Antônio.

 

Ainda segundo o dirigente sindical, “o propalado equilíbrio fiscal do Estado de Sergipe se deu às custas das velhinhas aposentadas e pensionistas com cobrança de 14%, com o arrocho salarial de 10 anos dos servidores públicos, com o aumento da miséria dos sergipanos e com os repasses do governo federal”.

 

 

| Da Redação/Com informações do Sindifisco/SE

|| Foto: Divulgação/Assessoria de Comunicação

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