De acordo com Maurício Cotrim, mercado internacional vem sendo impactado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia
O Procon de Aracaju divulgou, na
última terça-feira, 19, a pesquisa de preço dos combustíveis em Aracaju com
valores referentes ao mês de abril. Nela, segundo planilha, o valor cobrado pela
gasolina aditivada está custando entre R$ 7,330 e R$ 7,699, enquanto o da
gasolina comum varia de R$ 7,330 a R$ 7,599. A pesquisa informa, ainda, que o
diesel S10 aparece na tabela com valores entre R$ 6,450 e R$7,490, e o etanol
está custando de R$ 5,690 a R$ 5,999. O GNV (Gás Natural Veicular), por sua
vez, custa entre R$ 4,850 a R$ 4,899.
Essas constantes altas nos preços
têm causado polêmica e gerado diversas reclamações por parte da população que
não compreende as razões dos aumentos. No entanto, o coordenador geral do
Procon Aracaju, Igor Lopes, explicou que, apesar das oscilações, o órgão
percebeu poucas alterações. "Em
relação ao mês de março, houve poucas alterações de preços. Observamos que
houve uma redução no preço da gasolina aditivada e uma pequena redução no preço
da gasolina comum", disse.
Já o secretário-executivo do Sindicato
do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Sergipe (Sindpese),
Maurício Cotrim, traz uma outra explicação para a situação. Ele revela que os
constantes aumentos têm relação com o mercado internacional que vem sendo
impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. "O mercado mundial de comodities tem
sofrido muitas oscilações, principalmente em função da guerra entre Rússia e
Ucrânia, e tem impactado diretamente o petróleo, soja e trigo. No nosso caso,
com o petróleo tem influenciado diretamente, onde permanecemos em um movimento
de alta, e enquanto o conflito permanecer não existem perspectivas de redução”,
explicou.
Cotrim ressalta que, outro
fator que também gera impacto no segmento, é a situação da China que volta de
um lockdown e impulsiona a demanda pelo petróleo. “A oferta de petróleo no
mercado internacional diminuiu, principalmente em função das sanções contra a
Rússia, um dos maiores produtores mundiais, gerando uma instabilidade grande. Inclusive,
um reflexo desse cenário, é o aumento dos combustíveis no último dia 16 de
abril, publicado pela ACELEN, pontuando a tendência de alta. Segundo os dados
do petróleo, ainda existe uma defasagem nos preços praticados no Brasil em
comparação ao mercado internacional”, acrescentou.
Ainda de acordo com ele, a alta
do Etanol Anidro, que vem sendo objeto de grande procura, também tem
contribuído. “O mercado registra uma disparada, devido a um atraso na safra de
álcool desse ano e isso tem impactado com a diminuição da oferta,
consequentemente um aumento na procura e o registro de alta. E isso reflete
diretamente no preço da gasolina devido a sua composição em 27% de Etanol
Anidro. A nova safra, que só começará em maio, já registra uma redução da
colheita/safra, em 20% em comparação ao ano passado", concluiu.
|Da Redação
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