Pesquisa revelou que pessoas que passam horas no trânsito estão mais propensas ao estresse e à depressão, além de enfrentar problemas no sono e na produtividade
O trânsito é um dos principais
vilões à boa saúde, podendo elevar os níveis de estresse em decorrência da
exposição à poluição atmosférica e sonora, as quais as pessoas são expostas. A
pesquisa britânica Vitality Health, realizada em parceria com a universidade de
Cambridge, especializada em seguro médico privado, revelou que pessoas que
passam horas no trânsito, seja ao volante ou no transporte público, estão mais
propensas ao estresse e à depressão, além de enfrentar problemas no sono e na
produtividade.
De acordo com a psicóloga perita
Adriana Gomes, presidente da Associação de Psicologia do Trânsito de Sergipe –
APSITRAN, o estresse no trânsito pode causar sudorese, insônia, transtornos
alimentares, tremores, dores no corpo, dores de cabeça e irritabilidade.
“O estresse de forma patológica é
extremamente prejudicial e pode evoluir para uma síndrome do pânico ou para um
ataque de ansiedade generalizado. O alto nível de estresse muda o comportamento
do indivíduo, além de acarretar doenças psicossomáticas, ou seja, quando a
cabeça não aguenta, o corpo começa a reagir”, explica.
Ainda de acordo com a perita, os
sinais de ansiedade ao volante podem até ser sutis, mas algumas reações quase
sempre evidenciam o sentimento de quem está dentro do carro.
“A tensão do motorista pode
provocar descarga de adrenalina, aceleração dos batimentos cardíacos e em
alguns casos até a taxa de açúcar no sangue aumenta. Qualquer transtorno de
ansiedade afeta a concentração, foco, percepção, memória e atenção, movimentos
e hábitos rotineiros com ou sem medicação, portanto, é aconselhável não
dirigir”, pondera.
Atuando como psicóloga perita
examinadora de trânsito desde 1998, Adriana Gomes chama a atenção para o fato
de que a Psicologia do trânsito ainda é um assunto pouco discutido no Brasil,
principalmente sobre sua importância para um trânsito seguro e vida saudável.
“Penso que falta divulgação por
parte da mídia e falta de interesse da sociedade para averiguar melhor e dar a
importância necessária. A psicologia do trânsito é uma ciência que visa
avaliar, investigar e amenizar os transtornos que surgem no contexto trânsito,
cabe apenas ao psicólogo perito em trânsito, de acordo com a resolução do
CONTRAN, mencionar e se aprofundar no âmbito das funções mentais superiores
executivas daqueles condutores que irão dividir a via com outros”, pontua.
“A Avaliação Psicológica no
contexto trânsito contribui para prevenção e a segurança da comunidade. A
partir dessa avaliação é possível identificar se o candidato à CNH está apto a
dirigir naquele momento. Além disso, os
testes permitem que o psicólogo aponte características comportamentais e
psicológicas dos indivíduos. A psicologia do trânsito oferece subsídios para
garantir a todo ser humano, condições de maior segurança no trânsito,
diminuindo os riscos de acidentes e as ameaças de perder a vida”, completa.
Segundo a Associação de
Psicologia do Trânsito de Sergipe – APSITRAN, atualmente 171 psicólogos peritos
em trânsito atuam em Sergipe com remuneração que varia entre R$ 1.500 e R$
2.500.
“A categoria enfrenta desafios, a
exemplo do excesso de profissionais que causa uma baixa demanda para os peritos
credenciados, trazendo um aviltamento e um desgaste profissional, com impostos
e deslocamentos diários e nos remete a condições muitas vezes insustentáveis,
dentre outros fatores”, afirma.
Desde 2020, Psicólogos associados
à APSITRAN, médicos que integram a Associação de Médicos de Tráfego de Sergipe
(ABRAMET) e peritos que compõem a Associação Sergipana de Clínicas de Trânsito
(ASECTRAN), cobram resposta do Detran quanto ao reajuste dos honorários dos
profissionais médicos e psicólogos, conforme o Artigo 2º da Resolução 02/2015
do Conselho Deliberativo do DETRAN/SE.
No dia 11 de janeiro de 2022, as
associações voltaram a reivindicar, em novo ofício, resposta do órgão. No
ofício, as associações, apresentam, de forma atualizada, os parâmetros para a
correção dos valores e das perdas significativas de receitas pelos
profissionais médicos e psicólogos durante o ano de 2020 e 2021. O movimento alerta
ainda acerca da necessidade urgente de observância das altas dos insumos que
incidem na manutenção das clínicas e dos procedimentos operacionais de
atendimento pelos profissionais.
|Fonte: Assessoria de Comunicação
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