Igreja Presbiteriana se manifesta sobre suposto caso de homofobia em culto

Em nota, instituição religiosa confirma que houve impedimento do batismo, mas garante que o fato ocorreu em ambiente reservado

 


A Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju (IPRA) se manifestou, por meio de nota, na manhã desta segunda-feira, 16, sobre um suposto caso de homofobia denunciado pelo fotógrafo João Pedro Poderoso, e seu esposo, o cabeleireiro Jadson Santana, no último domingo, dia 15. Na ocasião, através de vídeos em redes sociais, João Pedro relatou que foi impedido de se batizar e que foi "retirado no meio de toda a igreja, na frente, na primeira fila".

 

O episódio teria sido entendido como crime de homofobia pelo fotógrafo, que alegou ter feito o "curso Primeiros Passos" e que "todos na igreja tinham o conhecimento sobre a minha homossexualidade, e que também eu sou casado com Jadson". A Igreja, por sua vez, ressaltou que está "presente na sociedade sergipana há 40 anos, servindo ao Senhor acima de todas as coisas e amando ao próximo, conforme a Palavra de Deus nos ensina".

 

"Em todo este tempo, temos dado testemunho do amor de Cristo, recebendo e acolhendo a todos aqueles que nos procuram, sem qualquer distinção ou discriminação. Por nossos cultos, ao longo de todos esses anos, passam milhares de pessoas, sendo vidas impactadas, transformadas e restauradas. Grande parte dos que nos visitam, semanalmente, são membros ativos da IPRA, vinculados aos princípios e preceitos dos nossos Estatutos e principalmente da Bíblia Sagrada. Outros, congregam, mas não tomam parte da membresia da Igreja, sendo visitantes, frequentadores, todos com livre acesso e acolhidos com amor e cuidado", diz um dos trechos da nota.

 

Ainda de acordo com a instituição religiosa, algumas regras, com base no "Estatuto e nas Sagradas Escrituras", precisam ser seguidas. "Para ser batizado e, posteriormente, membro da igreja é necessário o atendimento de certos requisitos, conforme cada congregado ou visitante aprende no curso “Primeiros Passos”, onde se tem a oportunidade de conhecer profundamente os ensinamentos da Palavra de Deus e as normas da nossa IPRA", explica.

 

Dentro dessas justificativas, a IPRA, embora confirme o impedimento, também ressaltou que, no episódio envolvendo o casal, o fato ocorreu porque o "candidato ao batismo, por não estar apto, segundo as normas internas da IPRA e nossa regra máxima de fé e prática, a Bíblia Sagrada, não pôde participar do ato batismal". "É de se ressaltar que a comunicação feita ao mesmo a respeito da impossibilidade de seu batismo se deu de modo reservado, em espaço privativo, na secretaria da igreja, sem publicização do mesmo, ou mesmo das razões do impedimento, com vistas a evitar qualquer tipo de constrangimento", destaca o comunicado.

 

Por fim, a Igreja reforçou que a "Constituição Federal, o Código Civil e o Estatuto da nossa Igreja, além de decisões categóricas do Poder Judiciário, como no caso da ADO nº 26 do Supremo Tribunal Federal, garantem, além da liberdade de organização administrativa sem interferência estatal, o sagrado direito constitucional da Liberdade Religiosa".

 

|Da Redação

||Foto: Ilustração

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